sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Marketing Social


* Por Luiz Felipe Pondé

1. Ser gay está na moda. 2. Ter filha solteira é legal. Mulher não precisa de homem. 3. Não dou valor a dinheiro. 4. Não tenho preconceito. 5. Os homens hoje lidam bem com mulheres que ganham mais do que eles. 6. Minha tia é muito bem resolvida. 7. Vivemos uma crise de valores. Meus valores não são materiais. 8. Existem pessoas que não se vendem. 9. Meu pai me ensinou a ser digno. 10. Não tenho religião, tenho espiritualidade.

Eis alguns exemplos de papo-furado contemporâneo. Trata-se de marketing social. Filho do politicamente correto, grande exercício de lixo cultural.

O marketing social vende mentiras como verdades porque serve a agendas ideológicas de quem as produz. As outras pessoas apenas as repetem para aliviar seus fracassos pessoais ou para vender uma boa imagem social de si mesmas.

Como sempre, a mentira rege o mundo. Não somos mais pecadores, mas continuamos mentirosos. Eliminou-se da agenda moral a consciência do mal como parte de nós mesmos, ficou apenas o hábito contumaz da mentira.

Eis dez teses contra o marketing social:

1. Ser gay não está na moda. A maioria esmagadora do mundo é indiferente ao tema. Isso não significa nada "contra". Se não fosse o fato de grande parte das pessoas que trabalha com cultura (mídia, arte, universidade) ser gay, ninguém daria bola para o assunto. A própria "teoria de gênero" que afirma que você pode ser sexualmente o que quiser é uma invenção de militantes gays e feministas.

Além, é claro, da grana que grande parte da população gay tem por ser constituída de profissionais altamente qualificados que não têm filhos, até "ontem". Agora, ficarão pobres como os héteros.

2. Mãe solteira é péssimo. E, sim, mulher precisa de homem. Sem homem, a maioria revira no vazio da cama. E vice-versa. Mãe solteira é opção para quem não tem mais opção afetiva ou é coisa de gente altamente narcisista. E para a criança é péssimo. Gente que abraça o marketing social, além de mentirosa, é muito egoísta. O mundo inteligentinho está cheio de gente ressentida que prega essa bobagem.

3. Todo mundo dá valor a dinheiro, principalmente quando não tem. Quem mais diz que não dá valor a dinheiro, é justamente quem mais dá. Dizer "não dou valor a dinheiro" prepara o terreno para se pedir dinheiro emprestado ou justificar dívidas não pagas.

4. Todo mundo tem preconceito. Quem diz que não tem, normalmente acha meninas virgens doentes, mulheres que cuidam dos filhos umas idiotas, religiosos burros, os EUA uma nação do mal e Obama um santo. A maioria continua tendo preconceito contra gay, mulher que transa muito e homem chorão. Eu, por exemplo, tenho preconceito contra gente bem resolvida e que diz que não tem preconceito.

5. Nenhum homem lida bem com mulheres que ganham mais do que ele. A menos que ele tenha problema de caráter. É sempre um sofrimento que se enfrenta dia a dia, sonhando com seu fim. Nem as mulheres bem-sucedidas lidam bem com homens fracassados. Muitas "rezam" para que seus maridos falidos ganhem mais ou, pelo menos, o mesmo que elas.

6. Ninguém é bem resolvido, somente os mentirosos, principalmente tias solitárias que fingem ser donas de seus afetos.

7. Valores são sempre materiais, ligados a poder, patrimônio, sucesso, reconhecimento. Não existe "crise de valores" porque nunca existiram valores sólidos, a moral pública sempre foi fundada na hipocrisia e na superficialidade de julgamento do comportamento alheio.

8. Todo mundo tem um preço, sempre menor do que se imagina. Às vezes as pessoas se vendem por muito menos do que dinheiro, se vendem por afetos baratos, promessas falsas e deuses vagabundos.

9. Aprende-se muito pouco com os pais, na maior parte do tempo, o que nos define é o temperamento e as circunstâncias da vida. Aristóteles mesmo dizia que ética é uma ciência imprecisa dominada pela contingência. Quem elogia demais os pais, está ocultando suas vergonhas.

10. Esse negócio de "espiritualidade" é religião sem compromisso. Produto de butique. Pessoas "espiritualizadas" são normalmente as piores e mais indiferentes.

Fonte: Jornal de Piracicaba - Terça Feira, 4 de setembro de 2012

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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Representante da ONU pede à Síria para acabar com violência a crianças

Fonte: Rádio ONU

    A representante especial do Secretário-Geral da ONU para Crianças e Conflitos Armados, Radhika Coomaraswamy, pediu à Síria que suspenda, imediatamente, todas as violações a crianças no conflito do país.
    Em nota, Coomaraswamy afirmou que a situação é muito grave na cidade de Homs, que está sendo bombardeada por tropas sírias. O conflito entre opositores do governo e forças do país, que começou em março, já matou mais de 5 mil pessoas incluindo 400 crianças.
Força Aérea
    De acordo com a representante, alvos civis e hospitais estão sendo atacados.
    Segundo agências de notícias, a força aérea síria está bombardeando a cidade, considerada o principal reduto da oposição.
    Radhika Coomaraswamy disse que a violência a crianças ultrapassa casos de assassinatos e mutilações.
    Muitas delas estariam sendo torturadas, detidas após acusadas de associação com grupos armados e sendo vítimas de maus tratos.
    Nesta quarta-feira, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon disse que as Nações Unidas e a Liga Árabe estão estudando uma possibilidade de enviar uma missão observadora à Síria.
Veto
    No fim de semana, o Conselho de Segurança tentou adotar um projeto de resolução que pedia o fim da violência no país árabe, mas o texto foi rejeitado após o veto da Rússia e da China.
    Em comunicado, também nesta quarta-feira, a alta comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas, Navi Pillay, disse que é hora de acabar com "políticas" e de tomar ações concretas para proteger o povo sírio.

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quarta-feira, 27 de julho de 2011

O Gozo em Rosa

Este texto foi escrito para um trabalho especial da Disciplina Teologia Humana, na Faculdade Teológica Batista de São Paulo, com base no livro: PINHEIRO, Jorge. Teologia Humana, pra lá de humana. São Paulo: Fonte Editorial, 2010, com base no texto da página 21 e 121.

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* Por Katia Godoy

O gozo em rosa. Enquanto eu leio, me pergunto o que levou o autor a colocar este título em seu texto, da página 21? Será uma referência à plenitude que todos desejamos ardentemente conhecer? (no sentido mais sublime da palavra, onde conhecer denota mais que o saber intelectual, mas também experimentar, absorver, fazer legível à nossa razão e à nossa alma). Será referência ao prazer que poderíamos alcançar no encontro com o transcendende por meio das palavras? Sim, me pergunto isso porque estas palavras me levam a pensar, e estimula meu desejo de poder alcançar a profundidade e intensidade que este titulo possa ter.

A leitura dos pensamentos de Jorge Pinheiro não são como uma leitura de um livro comum. Na maioria dos livros contemporâneos a própria superficialidade das palavras nos dão o sentido de seus textos, e as frases formadas expressam claramente a idéia que o autor deseja passar. Mas nos pensamentos deste autor, cada palavra em si traz uma profundidade única, as quais juntas em uma simples frase nos fazem mergulhar em idéias profundas.

No texto “O gozo em rosa” o autor ressalta de uma maneira digna a cultura hebraica quanto à leitura e interpretação de textos. Dentro da cultura hebraica, um texto não pode ser entendido em sua profundidade e intensidade sem a sua humanidade, e só por meio da humanidade podemos chegar ao transcendente, o qual é possível para o humano, uma vez que em sua criação ele se torna mais que um ser vivente, como vimos na pàgina 210, ‘o homem procede da interioridade do eterno, traduz ação mediadora e conjuntiva da força criadora’.

Tendo ressaltado que o melhor que podemos aprender com a cultura hebraica é que a profundidade de um texto é a sua humanidade, passamos então a um momento prático dessa exegese em “O gozo em rosa”.

Mas antes disso, o autor nos traz o texto de Jacó, que encontramos em Genesis 32.25, um texto muito conhecido e utilizado no meio cristão. Sabemos que na interpretação sistemática que usamos nos dias de hoje, levamos em consideração vários contextos, como história, cultura da época, tradução das línguas, mas quando vamos além, e tentamos nos voltar para a humanidade do texto, de forma hebraica, buscando o transcendente, vemos que o texto tem muito mais a nos falar. Dentro da interpretação que conhecemos, Jacó já conhecido como usurpador, trapaceiro, por seu nome e ações anteriores, luta com um homem, e o homem vendo que não podia vencer Jacó o fere na coxa, logo depois muda o nome de Jacó para Israel dizendo que Jacó havia lutado com Deus e com homens e havia vencido, e na maior parte de exegeses sistematizadas não conseguem passar desta interpretação. Mas se buscarmos a humanidade, poderemos mergulhar no seu real sentido..

Buscando melhores traduções que tragam o texto do hebraico de forma mais literal, temos a tradução SEV (versão de 1569), utilizada pelo autor do livro Teologia Humana, “Na luta, o homem ao ver que não podia vencer, bateu no vazio da coxa e enforcou a força de criar de Jacó”. A tradução, bem literal, parece perder o sentido em nosso idioma, mas veremos que não é isso que acontece. Em primeiro lugar vem a questão do íxi que significa homem e não anjo, e em segundo lugar a parte exata que o homem tocou em Jacó, não foi apenas a “coxa”, que depois veio deixá-lo manco, mas foi além, o homem atinge “kaph” e a “yarek” (palavras a qual vou me apegar agora), onde kaph refere-se a cavidade ou parte do corpo que é dobrável ou curva e yarek se refere a lombo, ou lugar do poder de procriação, este ponto de vista nos dá um sentido muito maior da palavra “força’, onde ela agora nos traz um sentido poderoso. Jacó luta com o homem, e não desiste em nenhum momento, mas também não trapaceia, decorrendo horas de luta, vendo o homem que não podia vencer Jacó, tira a sua “força”, quando alcança suas “terminações nervosas, sensibilidade interno, inchaço dor. O músculo se retrai, nervos e artérias se enroscam e impedem o fluxo de sangue o coice foi bravo, a cápsula se rompe e vaza.” (PINHEIRO, 2010, p22). Ele acerta um ponto certo de Jacó, de forma intencional e certeira, e Jacó pedindo liberdade para prosseguir é achado digno pelo homem para receber sua liberdade, pois Jacó não trapaceou, e este é o momento crucial onde a mudança da vida de Jacó acontece de forma profunda, não mudança da história em si, mas do personagem Jacó, de forma pessoal, que o levou a prosseguir de forma digna não só diante de homens, mas também diante de Deus, chamado agora Israel (príncipe de Deus) e em seu coração Jacó sabia disso. Não era mais o Deus de seus pais, mas o seu Deus. Jacó tem a sua plenitude naquele momento, e a partir de agora tudo muda em sua vida.

Esta mesma intensidade vamos encontrar em toda a Palavra, se apenas quisermos buscar a sua humanidade.

Temos agora o texto de Cantares, literatura que Jorge Pinheiro chama “jóia da literatura oriental” (PINHERO, 2010, p23). Verso 2.4 “Entra na casa do vinho, o seu estandarte é desejo”. Este texto é considerado de difícil tradução por muitos tradutores, alguns confessam que dificilmente alguém encontrará uma tradução adequada que nos dê o real sentido deste verso (RA), alguns arriscam dar um sentido para o texto, mas nos traz o texto literal no rodapé (NTLH), outros ainda arriscam uma tradução que desconsidera o possível significado único do texto, e trabalha com a palavra “estandarte” a partir do sentido no próprio idioma traduzido, comparando o estandarte com uma bandeira, e assim a tradução traria o sentido que o amor entre eles poderia ser visto por todos como uma bandeira (NVI).

Buscando a humanidade do texto, Jorge Pinheiro nos traz uma nova visão, e nos tira do texto superficial, e nos leva a mergulhar nele. Em primeiro lugar o poema é oriental, o que já tira o nosso direito de traduzir o texto e levar as palavras ao pé da letra no sentido que ela nos dá no texto traduzido. A expressão “casa do vinho” não deve ser tomada literalmente, esta expressão é uma metáfora.

Outra questão a ser levada em consideração é diferença do erótico no final do século XIX, no mundo oriental e também o erótico que conhecemos hoje, o qual entendemos que o pornográfico descreve ou evoca a luxúria, bem diferente do contexto de Cantares.

O erotismo está presente nos textos antigos, no Cântico dos cânticos e nas Mil e umas noites, porque é dimensão da sexualidade lida através da ars erótica, presente nas culturas romana antiga, chinesa, hindu, japonesa e árabe, arte que tira sua verdade do próprio prazer, entendido como experiência onde não há lugar para proibições, e o prazer pode ser medido pela tesura do corpo e do espírito. Arte esta que não foi desenvolvida na cultura ocidental, mas é olhado com desconfiança pela moral que repousa sobre ascientia sexualis, que gera regras para definir o bem e o mal do sexo, que a religião sacralizou para produzir a verdade sobre o sexo (PINHEIRO, 2010, p. 25).

Se partimos do ponto de vista ocidental, nunca teremos contato com o real sentido do texto oriental que se expressa através da ars erótica. Uma vez que nossa mente foi estruturada no pensamento ocidental, dificilmente vamos conseguir entender que a verdade do texto não parte necessqriqmente do próprio prazer, e não partindo do próprio prazer, ele nos leva a uma idéia vasta e profunda em seu verdadeiro significado: pensamos o prazer. Apenas senti-lo limita profundamente o pensamento ocidental, mas pensar o prazer nos dá a condição de ter um contato com o texto, alcançar a sua humanidade  e encontrar o transcendente: o gozo em rosa.

BIBLIOGRAFIA

PINHEIRO, Jorge. Teologia Humana, pra lá de humana. São Paulo: Fonte Editorial, 2010.
BÍBLIA de Estudo NVI. São Paulo: Vida, 2003.
Bíblia de Estudo NTLH. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2008.
Bíblia de Estudo RA. São Paulo: Hagnos, 2003

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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Jesus Cristo não é objeto da religião, é Senhor do mundo.

Dietrich Bonhoeffe

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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Os Outros Seis Pecados Capitais

O sexto pecado capital é denominado pela igreja de apatia ou preguiça. No mundo ele se autodenomina tolerância; mas no inferno é chamado de desespero. É cúmplice de outros pecados e sua pior punição. É o pecado que não acredita em nada, não se preocupa com nada, não procura conhecer coisa alguma, não interfere em nada, não se alegra com nada, não ama nada, não odeia nada, não acha propósito em nada, não vive para nada e apenas permanece vivo porque não há nada pelo que morrer. Já faz muitos anos que conhecemos muito bem isso, bem até demais. Provavelmente, a única coisa que não sabemos é que esse é um “pecado capital”...

Um dos truques favoritos desse pecado é primeiro ocultar-se sob a cobertura de uma atividade mutável do corpo. Pensamos que estamos muito ocupados, correndo de um lado para o outro, fazendo muitas coisas, assim, como podemos ser preguiçosos? Além do mais, a atividade intensa parece oferecer-nos um escape para os horrores da preguiça. De modo que os outros pecados se apressam a providenciar um manto para a preguiça: a glutonaria oferece um turbilhão de danças, banquetes, esportes e pequenos afazeres que nos fazem ir de cá para lá que nos deixam pasmos com as belezas, mas que, quando as alcançamos, maculam-nos com a vulgaridade e o esbanjamento. A cobiça nos arranca da cama bem cedo a fim de nos animar e nos apressar para nossos negócios; a inveja nos incita a fofocar e a difamar, a escrever carta impertinentes aos jornais e a desenterrar segredos e a revirar latas de lixo; o ódio nos provê (muito ingenuamente) com o argumento de que a única atividade apropriada neste mundo tão cheio de malandros e demônios é praguejar de forma audível e incessante...

Observemos, em especial, a mente vazia. Nela a preguiça conspira com a inveja a fim de impedir a pessoa a pensar. A preguiça convence-nos que a estupidez não é nosso pecado, mas nosso infortúnio; enquanto, ao mesmo tempo, a inveja nos convence só dizer que a inteligência é desprezível – algo que não satisfaz, inútel do ponto de vista intelectual e comercial.
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Extraído de Se7e Pecados Capitais, Shedd publicações, p. 158 e 159

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GLUTONARIA

Tanto as origens como as conseqüências da glutonaria são bem mais sérias. Dedicada à gratificação do apetite, a glutonaria procede de um terrível vazio e leva a um terrível vazio que – não importa quanto nos empanturremos – nunca é preenchido. As pessoas comem em demasia para compensar o vazio emocional. Contudo, comer em demasia nunca compensa. A barriga está cheia, mas o coração está oco. A glutonaria engana, como todos os outros vícios. Nossa condenação se torna esta: “Somos o que comemos”.

“A glutonaria é pecaminosa, em todas as suas formas, pois representa um grau de amor próprio autodestrutivo” Karl Menninger
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Extraído de Se7e Pecados Capitais, Shedd publicações, p. 206

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ORGULHO

“Minha lista continha apenas doze virtudes. Até o dia em que um amigo qualquer gentilmente informou-me de meu orgulho, ele disse que, com freqüência, meu orgulho se evidenciava em minhas conversas e parecia não ser suficiente eu saber que estava certo quando se discutia algum assunto, pois me tornava autoritário e muito insolente. Ele convenceu-me disso ao mencionar diversas ocasiões em que o orgulho se manifestara em mim, Por esse motivo, esforcei-me em fazer o possível para curar-me desse vício, dessa estupidez entre outras. Assim, adicionei humildade a minha lista, dando-lhe um extenso significado.

Não posso vangloriar-me em ter tido sucesso em alcançar essa virtude, mas, exteriormente, parece que fui bastante bem sucedido... Na realidade, é possível que nem uma das nossas paixões naturais seja tão difícil de dominar quanto o orgulho. Podemos disfarçá-lo, lutar com ele, submetê-lo, reprimi-lo, mortificá-lo o quanto quisermos, ainda assim ele permanecerá vivo, e as vezes, despontará e se mostrará. Provavelmente, você o verá muitas vezes nesta história, pois, mesmo que eu pudesse conceber que o superei por completo, eu provavelmente estaria sendo orgulhoso de minha humildade.”
Benjamin Franklin, Autobiography

“Sim, o orgulho é uma tentação perpetuamente perturbadora. Continue frustando suas intenções, mas não se preocupe demais com ele, Enquanto a pessoa sabe que é orgulhosa ela está salva da pior forma de orgulho.” C.W.Lewis

“Quando Nabucodonosor, poderoso rei da Babilônia, queria contar louvores a Deus, um anjo veio e lhe bateu na face. A resposta do Rabi Mendi de Kotzk a essa história foi: ´Por que ele mereceu ser esbofeteado se a intenção era cantar louvores a Deus? Será que você gostaria de cantar louvores enquanto usa uma coroa? Deixe-me ver como você me louvará após ser esbofeteado”.
Talmude

“Quando Francisco José, imperador da Áustria, morreu, o cortejo chegou aos portões fechados do monastério e um arauto bateu à porta. Ao que se escutou a vos do abade: ´Quem é você?´ Eu sou Francisco José, imperador da Áustria, rei da Hungria´, replicou o arauto. ´Não o conheço. Quem é você?´ ´Eu sou Francisco José, imperador da Áustria, rei da Hungria, Boêmia, Galícia, Lodoméria Damácia, grão-duque da Transilvânia, margrave da Moravia, duque da Estíria e Caríntia.´ A voz sepulcral reiterou: ´Não o conhecemos. Quem é você?´ Assim, o mensageiro ajoelhou-se e disse: ´Sou Francisco José, pobre pecador implorando humildemente a misericórdia de Deus´. ´Então, podes entrar´, disse o abade, e os portões se escancararam.”
Comitê de Saint-Aulaire,
comentando sobre a maneira como a igreja checava o orgulho real dos reis, 1945

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Extraído de Se7e Pecados Capitais, Shedd publicações, p. 64

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quarta-feira, 16 de junho de 2010

Repetindo! De novo...

Não me canso de postar estes textos. Não é a primeira, nem a segunda vez, aliás, já perdi a conta. Devem ser reflexões pra se fazer por toda vida, afinal, somos profundamente propensos ao egoísmo, o que nos leva a nos colocar sempre acima de outros. Acontece, que, uma sociedade não pode funcionar assim. E nesta ultima segunda, conversando com meu Pastor, homem que não me canso de ouvir, falou algumas palavras chaves que pra mim se tornaram parte das minhas infinitas citações que eu prezo tanto:


"Muitas vezes nos cansamos de ouvir sempre as mesmas coisas, mas as pessoas não param para pensar que se as elas praticassem, não precisariam ouvir mais. Acontece que quando você passa a praticá-las, o que você ouve não cansa mais, independente da quantidade de repetições, porque aquilo já se tornou parte da sua vida, e se tornou citações naturais das quais não precisamos fugir mais" Pastor Marcílio Guerra.

Eu precisei a aprender a praticar o que estes textos dizem, e quando comecei, percebi que le-los sempre me ajuda a manter minhas ações saudáveis. Que estes textos tragam saúde para você também:

Os Se7e Pecados Capitais



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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Eleições no Brasil e Copa no Mundo

*Por Marcos Monteiro


As expectativas criadas pelas eleições e seleção brasileiras são igualmente tediosas. O projeto “Dunga” pode nos levar à vitória, mas nos promete que qualquer jogo será monotonamente difícil, valendo isso para a Espanha e para a Coréia do Sul, estilo de jogo nosso que iguala todos os adversários. Caso o Brasil seja campeão, Dunga devolve o drible a Maradona (aquele drible que tirou o Brasil da copa de 1990), confirmando (por enquanto) que equipes de futebol vistoso, como o Santos e o Barcelona, por exemplo, não têm vida longa no futebol atual.

As eleições deste ano nos provocam um sentimento meio “dunga”. Depois de seguidas disputas entre concepções contrastantes que despertavam esperanças e paixões, percebe-se que os contrastes desapareceram, havendo apenas matizes e nuances a serem escolhidas, garantia de que o projeto do novo foi adiado de novo. Durante os próximos oito anos o mesmismo continuará, porque já sabemos que a redução do mandato presidencial para quatro anos significou na prática sua ampliação. Afinal, o que é bom para os Estados Unidos tem de ser bom para o Brasil, ainda.

Gerenciado por um presidente de tradição socialista, o Brasil afirmou-se como capitalista quase exemplar, seguindo a cartilha de forma ortodoxa, aplicando medidas paliativas populares, síntese feliz de ênfases de governos anteriores, tornando inócuo e incompreensível o discurso oposicionista de direita. Nem mesmo isso é novidade. A história já havia demonstrado que socialistas tradicionais são excelentes gestores do capitalismo, o que somente ajuda a adiar o sonho de um sistema alternativo de governo.

No meio de tudo isso, todo tipo de aliança, que tritura partidos e a concepção de “partido”, do mesmo modo que a convocação de Dunga triturou o conceito de “seleção”. Os novos partidos, especialmente os que pretendem coerência, consequentemente, sofrem da desconfiança provocada no eleitor pelos antigos, temerosos, não sem razão, de que estejam apenas assistindo mais uma vez a construção das mesmas falências e falácias.

Sem condições de fugir da sensação de tédio, o melhor seria brincar de novo com as palavras. A moda do momento é descrever a volta caricaturada de antigas obsolências com o prefixo “pós”. Podemos então dizer que o pós-treinador Dunga convocou uma pós-seleção para jogar um futebol pós-moderno. Depois disso, acompanharemos uma pós-eleição para escolher um pós-presidente dentro de uma pós-democracia.

Tudo isso, apenas para demonstrar que não antevemos soluções, nem políticas nem semânticas.



Feira de Santana, 28 de maio de 2010.


*Marcos Monteiro é assessor de pesquisa do CEPESC. Mestre em Filosofia, faz parte do colégio pastoral da Comunidade de Jesus em Feira de Santana, BA. Também é coordenador do Portal da Vida e faz parte das diretorias do Centro de Ética Social Martin Luther King e da Fraternidade Teológica Latino-Americana do Brasil

CEPESC – Centro de Pesquisa, Estudos e Serviço Cristão. E-mail cepesc@bol.com.br

Fone: (71) 3266-0055. Veja esse texto também no blog www.informativo-portal.blogspot.com

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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Somos mesmo Terceiro Mundo!

Quase ninguém se encoraja a abordar esse tema, mas é preciso que seja dito: o papel que o Brasil vem exercendo na diplomacia internacional é visto pelos especialistas como tolo e ingênuo, além de macular a nossa autoimagem de país sério.

Aqui, na América do Sul, onde a nossa maior praga política, o populismo, renasce com força, não somos vistos como uma liderança, como deseja o governo. Quase todos os nossos vizinhos nos encaram como "o primo rico". Ou seja, aquele que tem sempre a obrigação de "pagar a conta".

O Chile - nosso atualmente único colega de subcontinente em condições de chegar ao Primeiro Mundo - nos ignora.

Já a Argentina - que foi realmente uma potência mundial até meados do século passado - vive nos chantageando para que o Mercosul não seja desmantelado. A todo momento o governo platense apresenta uma nova barreira comercial protecionista contra os produtos de exportação brasileiros, sob o enganoso pretexto de estar protegendo a sua economia nacional e seus interesses contra a "falta de simetria econômica" entre as duas nações. Ou seja, o mercado interno brasileiro está - e assim tem de permanecer - escancarado às investidas dos poucos produtos argentinos que têm preço competitivo. Já o mercado argentino está travado por barreiras contra o Brasil. "Muy hermanos" esses nossos vizinhos. Mas os problemas que eles nos criam se resumem a isso. O governo "peronista" de Christina Kirchner não precisa de uma "mãozinha" política do Brasil. Os argentinos são muito orgulhosos e não aceitam favores desse tipo provenientes dos brasileiros.

Com relação à Venezuela, é diferente. Hugo Chávez praticamente comprou a simpatia e a boa vontade dos argentinos. Para tanto se dispôs a assumir razoável parcela da dívida interna argentina. A Venezuela dispõe de recursos suficientes para tais atos de generosidade. Eles provêm do seu petróleo. Com tais divisas disponíveis, o "bolivarianismo" - o novo socialismo latino-americano - está sendo exportado para todo o continente. E, atualmente, os grandes líderes políticos da região são os venezuelanos, e não os brasileiros.

Seria natural que nós usufruíssemos tal condição. Afinal, o Brasil é o maior país do continente latino-americano - tanto em extensão territorial como em população e também em poder econômico. Mas a opção de nossos atuais governantes tem sido a de alimentar a nossa "consciência pesada" com relação aos nossos vizinhos. E eles bem sabem se aproveitar disso.

Evo Morales, na Bolívia, chegou ao poder com um discurso claramente antibrasileiro. Segundo ele, o Brasil, no passado, teria abusado da boa-fé boliviana para comprar o Acre "pelo preço de um cavalo". Como pouca gente, por aqui, conhece bem a História, a versão pegou. E serve, agora, para alimentar nos brasileiros um insuportável sentimento de culpa.

Obviamente, não foi bem assim. E o que estamos pagando à Bolívia como uma forma de compensação tardia tem um preço muito elevado. Compramos o gás natural que eles produzem. O problema é que a nossa produção interna de gás é mais do que suficiente para atender às demandas da economia. O gás proveniente da Bolívia está literalmente sobrando. Mas jamais nos ocorreu suspender o contrato. E os líderes bolivianos vão, para sempre, continuar falando mal da gente.

No Brasil, as nossas esquerdas sempre alimentaram o discurso antiamericano. Ninguém percebe, por aqui, que, para os nossos vizinhos, os grandes imperialistas não são os norte-americanos, mas sim os brasileiros.

O atual governo do Equador, que apregoa ser nacionalista, começou a sua gestão estatizando várias empresas brasileiras. Foi uma atitude que pegou bem por lá. Ainda mais porque os nossos dirigentes aceitaram isso sem reclamar.

Agora, no Paraguai, o ex-bispo "progressista" Fernando Lugo venceu as eleições presidenciais prometendo renegociar o contrato de Itaipu, mais do que decuplicando o preço que o Brasil paga pela sua energia. Ainda não aconteceu nada, mas as nossas autoridades já deram seguidas demonstrações de que a boa vontade brasileira com relação ao pleito é imensa.

O apoio incondicional que o nosso governo tem dado a Hugo Chávez contradiz, na prática, o compromisso brasileiro com a democracia e as suas instituições. O mesmo argumento vale para Cuba. O nosso governo, para tanto, faz vista grossa a todos os atentados aos direitos humanos que por lá ocorrem.

Resultado: não logramos ser líderes de nada, na América Latina. Passamos até por alguns ridículos, como o de Honduras.

O nosso presidente foi convencido a visitar um monte de nações insignificantes da África como forma de se projetar no mundo. Em vão.

A maior cartada do nosso governo foi a suposta intermediação na questão do Irã. Para isso demos guarida institucional ao ditador de lá, quando o resto do mundo evita fazê-lo. O homem é um vira-lata internacional. E o que conseguimos com isso? Nada, além do vexame que protagonizamos nos últimos dias.

Presidente, não seria hora de repensar nossa política externa?

Os seus assessores na área, nos últimos oito anos, têm lhe garantido que tais iniciativas tortuosas serviriam para que obtivéssemos uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Nunca estivemos tão longe disso. As nossas insólitas e erráticas investidas diplomáticas, ao contrário, criaram uma imagem do Brasil como um parceiro pouco confiável.

Presidente, ainda é tempo de botar esses incompetentes na rua!

Por JOÃO MELLÃO NETO
O Estado de S.Paulo
impresso 21.05.2010 pg A2



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