quarta-feira, 30 de junho de 2010

Os Outros Seis Pecados Capitais

O sexto pecado capital é denominado pela igreja de apatia ou preguiça. No mundo ele se autodenomina tolerância; mas no inferno é chamado de desespero. É cúmplice de outros pecados e sua pior punição. É o pecado que não acredita em nada, não se preocupa com nada, não procura conhecer coisa alguma, não interfere em nada, não se alegra com nada, não ama nada, não odeia nada, não acha propósito em nada, não vive para nada e apenas permanece vivo porque não há nada pelo que morrer. Já faz muitos anos que conhecemos muito bem isso, bem até demais. Provavelmente, a única coisa que não sabemos é que esse é um “pecado capital”...

Um dos truques favoritos desse pecado é primeiro ocultar-se sob a cobertura de uma atividade mutável do corpo. Pensamos que estamos muito ocupados, correndo de um lado para o outro, fazendo muitas coisas, assim, como podemos ser preguiçosos? Além do mais, a atividade intensa parece oferecer-nos um escape para os horrores da preguiça. De modo que os outros pecados se apressam a providenciar um manto para a preguiça: a glutonaria oferece um turbilhão de danças, banquetes, esportes e pequenos afazeres que nos fazem ir de cá para lá que nos deixam pasmos com as belezas, mas que, quando as alcançamos, maculam-nos com a vulgaridade e o esbanjamento. A cobiça nos arranca da cama bem cedo a fim de nos animar e nos apressar para nossos negócios; a inveja nos incita a fofocar e a difamar, a escrever carta impertinentes aos jornais e a desenterrar segredos e a revirar latas de lixo; o ódio nos provê (muito ingenuamente) com o argumento de que a única atividade apropriada neste mundo tão cheio de malandros e demônios é praguejar de forma audível e incessante...

Observemos, em especial, a mente vazia. Nela a preguiça conspira com a inveja a fim de impedir a pessoa a pensar. A preguiça convence-nos que a estupidez não é nosso pecado, mas nosso infortúnio; enquanto, ao mesmo tempo, a inveja nos convence só dizer que a inteligência é desprezível – algo que não satisfaz, inútel do ponto de vista intelectual e comercial.
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Extraído de Se7e Pecados Capitais, Shedd publicações, p. 158 e 159

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